Evangelho

25 de Maio - Ano C

Marcos 10,13-16

Aleluia, aleluia, aleluia.
Graças te dou, ó Pai, Senhor do céu e da terra, pois revelaste os mistérios do teu reino aos pequeninos, escondendo-os aos doutores! (Mt 11,25).


Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas.
Naquele tempo, 10 13 apresentaram-lhe então crianças para que as tocasse; mas os discípulos repreendiam os que as apresentavam.
14 Vendo-o, Jesus indignou-se e disse-lhes: "Deixai vir a mim os pequequinos e não os impeçais, porque o Reino de Deus é daqueles que se lhes assemelham.
15 Em verdade vos digo: todo o que não receber o Reino de Deus com a mentalidade de uma criança, nele não entrará."
16 Em seguida, ele as abraçou e as abençoou, impondo-lhes as mãos.
Palavra da Salvação.



ComentÁrio do Evangelho
O REINO É DAS CRIANÇAS
Havia, no tempo de Jesus, várias categorias de pessoas vítimas da exclusão social. Entre elas, estavam as crianças. Juntamente com as mulheres, as crianças eram consideradas como propriedade dos pais. Sua dignidade de não passava disto.
O Reino inaugurado por Jesus rejeitava este esquema social, descobrindo o valor que cada criança traz dentro de si. E, mais, encarnavam a atitude requerida de quem pensava fazer-se discípulo do Reino. Elas eram a parábola viva do discipulado. Como as crianças, o discípulo verdadeiro não tem malícia coração e acolhe o Reino com simplicidade. Confia plenamente em Deus e a ele se entrega, como as crianças em relação aos pais. As crianças são indefesas e despretensiosas, como devem ser os discípulos. Os discípulos têm que predispor-se para sofrer a mesma exclusão e marginalização, sofridas pelas crianças, por causa de sua opção pelo Reino. Por causa do Reino, também haveriam de ser considerados gente de segunda categoria, sem privilégios, vivendo como párias da sociedade.
Reduzido à condição social de uma criança, por causa de sua fé, o discípulo estaria em condições de voltar-se totalmente para Deus e só nele colocar sua esperança. O Reino, enquanto senhorio de Deus, se faz verdade na vida do discípulo, quando ele o recebe como uma criancinha. Assim, se estabelecem relações verdadeiras com Deus.

Oração

Senhor Jesus, dá-me a simplicidade de uma criancinha, para acolher o Reino com despretensão e colocar-me inteiramente nas mãos do Pai.

(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês).
Leitura
Eclesiástico 17,1-13
Leitura do livro do Eclesiástico.
17 1 Deus criou o homem da terra, formou-o segundo a sua própria imagem;
2 e o fez de novo voltar à terra. Revestiu-o de força segundo a sua natureza;
3 determinou-lhe uma época e um número de dias. Deu-lhe domínio sobre tudo o que está na terra.
4 Fê-lo temido por todos os seres vivos, fê-lo senhor dos animais e dos pássaros.
5 De sua própria substância, deu-lhe uma companheira semelhante a ele, com inteligência, língua, olhos, ouvidos, e juízo para pensar; cumulou-os de saber e inteligência. 6 Criou neles a ciência do espírito, encheu-lhes o coração de sabedoria, e mostrou-lhes o bem e o mal.
7 Pôs o seu olhar nos seus corações para mostrar-lhes a majestade de suas obras,
8 a fim de que celebrassem a santidade do seu nome, e o glorificassem por suas maravilhas, apregoando a magnificência de suas obras.
9 Deu-lhes, além disso, a instrução, deu-lhes a posse da lei da vida;
10 concluiu com eles um pacto eterno, e revelou-lhes a justiça de seus preceitos.
11 Viram com os próprios olhos as maravilhas da sua glória, seus ouvidos ouviram a majestade de sua voz: Guardai-vos, disse-lhes ele, de toda a iniqüidade.
12 Impôs a cada um (deveres) para com o próximo.
13 O proceder deles lhe está sempre diante dos olhos, nada lhe escapa.
Palavra do Senhor.
Salmo 102/103
O amor do Senhor por quem o respeita
é de sempre e para sempre.


Como um pai se compadece de seus filhos,
o Senhor tem compaixão dos que o temem.
Porque sabe de que barro somos feitos
e se lembra que apenas somos pó.

Os dias do homem se parecem com a erva,
ela floresce como a flor dos verdes campos;
mas, apenas sopra o vento, ela se esvai,
já nem sabemos onde era o seu lugar.

Mas o amor do Senhor Deus por quem o teme
é de sempre e perdura para sempre;
e também sua justiça se estende
por gerações até os filhos de seus filhos,
aos que guardam fielmente sua aliança.